Comunicação não-violenta: conexão, empatia e compaixão.

POSTADO EM
30
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03
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2020
|
Geral

Na década de 60, Marshall B. Rosenberg, psicólogo americano, desenvolveu um método comunicativo, de pesquisa constante, ao qual denominou “comunicação não-violenta” (CNV), baseando-se nos conceitos da não-violência.

Através de seus estudos e de seu papel como mediador de conflitos em torno de todo o mundo, propagou essa técnica, esse ideal de vida, que conta com centros de certificação e treinamento mundiais, além de ser alvo de estudos e práticas de profissionais de todas as áreas do saber.

A CNV propõe uma conexão profunda do indivíduo consigo mesmo e com os outros, a partir do coração, buscando identificar a humanidade em cada um e reconhecer o que há em comum e o que há de diferente, encontrando maneiras para que a convivência entre os indivíduos seja pautada na construção de conexões profundas e saudáveis. 

“A CNV nos apoia a olhar além da dinâmica de bem e mal, de certo e errado, de culpados e inocentes – além dessas dualidades que separam e nos fazem esquecer que a vida é una...” (LIMA, 2019).

De modo resumido, a CNV estrutura-se em 4 pontos: observação, sentimentos, necessidades, pedido (ou ação, conforme LIMA, 2019):

  1. Observar é olhar sem julgar, como se fosse uma câmera, uma filmagem. Um filme não faz nenhum tipo de julgamento da cena gravada, sendo esse o foco da observação. Observar é transcrever exatamente o que se vê;
  1. Sentimentos são, geralmente, expressões de necessidades acolhidas ou de necessidades não atendidas;
  1. A necessidade é a real causa dos sentimentos, é o que realmente importa para o indivíduo no momento vivido. Está escondida atrás das mais variadas formas de sentimentos. Onde há fumaça há fogo, então é possível entender a necessidade como o fogo e o sentimento a fumaça, ou seja, os sentimentos são expressões doces ou trágicas das necessidades. 
  1. Pedido, ou ação, é transformar os pontos anteriores em algo passível de ser entendido pelas pessoas envolvidas naquela situação, seja fazendo um pedido, ou agindo de modo a solucionar a questão.

O mais fantástico da CNV é que, quando se estuda e se pratica, é possível ter a certeza de que as necessidades são compartilhadas entre toda a humanidade. Por exemplo, todos têm a necessidade de nutrição, de empatia, de afeto, de compaixão, de apoio etc. A questão é que cada um expressa de modo diferente (sentimento) quando essas necessidades estão, ou não estão, cuidadas.

Quando se entende essa dinâmica, é possível olhar para o outro com o coração, com compaixão e empatia. Aplicar os conceitos da CNV é algo necessário e que contribui à vida, que contribui para aflorar a vida e a história de cada indivíduo.

Muitas pessoas não tiveram a oportunidade de vivenciar uma educação empática e carregada de compaixão, sendo que a CNV vai ao encontro dessas pessoas, para ajudar a transformar seus paradigmas, a sua percepção de si e do outro, entendendo que todos têm as mesmas necessidades compartilhadas, e que essas necessidades podem ser supridas através de estratégias inteligentes, amorosas, empáticas. 

Utilizando essa metodologia, enquanto pais, mães, educadores e profissionais, todos poderão se tornar fontes de formação para as gerações, auxiliando-as a conhecer e a entender a empatia e a compaixão como partes integrantes e essenciais da vida de cada ser humano.

Pesquisas

The center for nonviolent communication. Disponível em https://www.cnvc.org/

Instituto CNV Brasil. Disponível em https://www.institutocnvb.com.br/

Livros

LIMA, Maristela (2019). Autocuidado na maternagem: o caminho da comunicação não violenta para equilibrar a relação com os filhos e consigo mesma. Ed. Rio de Janeiro: O Livro Aberto.

ROSENBERG, Marshall B. (2006). Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Ed. São Paulo: Ágora.  

ROSENBERG, Marshall B. (2019). Criar filhos compassivamente: maternagem e paternagem na perspectiva da comunicação não violenta. Ed. São Paulo: Palas Athena.

SANTOS, Elisama (2019). Educação não violenta: como estimular autoestima, autonomia, autodisciplina e resiliência em você e nas crianças. Ed. São Paulo: Paz & Terra.  

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da EID.
Foto do autor.
Juliana Cassolato

Nutricionista; Especialista em Nutrição Funcional; Mestre e Doutora em Ciências (Bioquímica). Curiosa sobre CNV, parentalidade positiva, educação infantil respeitosa. Coordenadora Acadêmica da EID.

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