O que você precisa saber antes de querer ser um Psicólogo Clínico

POSTADO EM
20
.
04
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2020
|
Psicologia

O caminho percorrido em uma graduação de Psicologia é longo, nos mostra diversas possibilidades de atuação, vários locais de trabalho, e ainda assim nunca esgotará o conhecimento sobre a atuação de uma área específica. A psicologia clínica é a escolha de uma grande gama de profissionais que se formam na área. Mesmo dentro dela, há enormes diferenças entre públicos atendidos, assuntos que emergem no acompanhamento com os pacientes, abordagens teóricas e práticas adotadas.

Muitos profissionais idealizam o contexto clínico como um ambiente autônomo e livre de regras institucionais. Entretanto, é importante que estejamos cientes dos nossos deveres e responsabilidades como psicólogos clínicos. O texto pretende abordar questões além do código de ética profissional e das resoluções que fundamentam o trabalho do Psicólogo, apesar de considerar que esses documentos sejam de imprescindível leitura para estudantes e profissionais da área.

Especialização

Como mencionado anteriormente, nenhuma graduação seria suficiente para esgotar a teoria e prática de uma determinada abordagem teórica de trabalho. Por conta disso, considera-se quase essencial que o psicólogo clínico busque para além da graduação o olhar específico de uma abordagem teórica da qual se identifica e identifica sua possibilidade de trabalho. A especialização não é colocada como obrigatória para o exercício profissional, entretanto é evidente o aprimoramento que ela traz para a prática. As especializações hoje são uma ponte ótima para o desenvolvimento do trabalho de um psicólogo clínico, podendo ser presenciais ou a distância, ela conecta o saber específico com a pessoa que o deseja.

É importante ressaltar que, por mais tempo dedicado a uma área de estudo, só poderá divulgar-se como especialista aquele profissional que realizou e concluiu um curso de pós-graduação em uma instituição reconhecida pelo MEC. Portanto, apesar de pessoas que dedicaram sua graduação toda estudando um tema específico, não poderá se auto intitular especialista.

Divulgação

Outra questão que emerge no trabalho do psicólogo clínico nos tempos da tecnologia diz respeito a divulgação dos seus serviços. Com as redes sociais, ganhamos mais voz e mais visibilidade, e por isso mais responsabilidades. Quando divulgar seus serviços, o psicólogo não pode utilizar-se do preço do serviço como forma de propaganda, não pode utilizar de previsão taxativa de resultados, nem fazer divulgação sensacionalista das atividades profissionais, e não deverá divulgar qualificações, práticas e recursos que não estejam regulamentadas pela profissão. Portanto, devemos ter muito cuidado com anúncios realizados. O psicólogo clínico pode aproveitar desse espaço para levar a divulgação cientifica e a psicoeducação para a sociedade, não tendo em vista apenas o recrutamento de novos clientes, mas aproveitando o espaço para a divulgação dos conhecimentos profissão.

Responsabilidade

Por fim, outro tópico importante a ser levantado quando pensamos em desbravar a área da psicologia clínica, atine à responsabilidade para com nossos pacientes. O ambiente clínico pode ser muito solitário e, por vezes, se não alinhados com a nossa categoria profissional e com nossos pares, podemos acabar nos perdendo em relação aos nossos deveres, responsabilidades e limites como psicólogo. Para isso, é fundamental que o psicólogo busque recursos de apoio para conseguir enxergar além do seu trabalho no consultório. Pontuo como recursos de apoio fundamentais as supervisões e a própria psicoterapia. Entre esses dois serviços existem algumas diferenças, entretanto, acredita-se que os dois podem fornecer ao psicólogo clínico o amparo sobre a responsabilidade do atendimento de pessoas, além de oferecer uma oportunidade de olhar diferentemente sua vivência como psicólogo e como pessoa. 

Assim como a Psicologia, o tema desse texto não é esgotável em poucas linhas, mas se você tem interesse em se direcionar para essa área busque sempre atualizações em fontes confiáveis, conheça as sugestões das instituições de ensino e dos conselhos regionais.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da EID.
Foto do autor.
Thaís Malucelli Amatneeks

Psicóloga | CRP 08/23.825 Mestre em Psicologia - Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica (UFPR) Coordenadora do curso de Terapia Cognitivo-Comportamental da EID

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